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O Turbilhão de Um Só Coração: Onde Encontrar a Felicidade

 Às vezes, eu choro mas sem lágrimas. Às vezes, não sei o que sinto e começo a rir... Às vezes, sinto saudades porém me abstenho ao toque. Às vezes, o intocável me parece perverso e devora a minha mente e o meu coração. Às vezes, me perco em mim mesma e sinto não ser capaz de me reencontrar mais. Mas em outras vezes, me reencontro no abraço de certas pessoas. 

Algumas vezes, eu acho que estou perdendo a sanidade e que posso ir embora para sempre. Porém percebo, que provavelmente continuarei sempre no mesmo lugar.


Rio enquanto odeio, choro enquanto amo, vivo enquanto estou morta por dentro. Tenho esperança em meio ao caos e sinto o caos em meio à paz. Sou tudo isso e não consigo ser nada.


As pessoas vêm e vão, de todas as maneiras possíveis. Elas mudam, elas morrem, elas nos deixam. No final só sobra a confusão e talvez uma xícara de café fresco na mão em uma tarde de chuva em que o céu está lindo. 


Talvez percamos a visão, o instinto, o tato, o sentido. Talvez eu perca você e você a mim e nós a nós mesmos. Mas talvez, também exista um lugar onde tudo existe novamente para comprazer o nosso desejo. Mas onde está este lugar para o qual posso retornar e sentir a felicidade novamente?

Aquela felicidade que é quente e refrescante ao mesmo tempo. Que emociona e faz rir, que está em nós e ao redor. Que irradia sem explicação e se espalha com as gargalhadas inocentes e aliviadas. Que tem o sabor, aquele gosto que nunca nos esquecemos e sempre queremos mais. Talvez ela ainda persista em algum lugar com as lembranças enterradas mas que ainda brilham no fundo do nosso coração. 


Uma mãe ama seu filho, os filhos amam sua mãe. A mulher ama seu homem e este ama sua mulher. Os andarilhos solitários amam seus sonhos, mas estes não os correspondem, estão sempre distantes. Mas o amor deles ainda é grande e o vislumbre é o que mais fascina, a ponto de se contentarem com o intocável. 


Sinto muito para aqueles que perderam algo ou que talvez nunca o tiveram. Acredito que ainda existirá um lugar confortável através de uma porta chamada alma e que talvez, poderemos acessar mas sem adentrar. Porém espiaremos pela fechadura e perceberemos por esta fresta, que ainda permanece existindo escondido em algum lugar aquilo que amamos. 


Afinal, parece que o lugar só existe mesmo dentro de nós. Nunca nos perderemos de fato enquanto mantivermos isto em mente

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