Condeno-me...
Condeno-me devido ao meu desejo
Pois, desejo o que se opõe à moral
Moral imposta e que desafia o instinto geral
Alimenta-se da hipocrisia
E em pacto supostamente fiel se encerra
Mas diante do silêncio que reverbera
Quebra-se através da idiossincrasia
No ato tímido é que se faz o prazer dos indefesos
E depois a vergonha é quem lhes castiga
Pois, na defesa do próprio regozijo
Atacam com alma sedenta, que do outro necessita
Quem sois depois?
Já não se sabe se moça inocente e educada
Aquela desprendida dos valores materiais
Ou mulher de alma envenenada
Por sensações mundanas e carnais
Já preenchida pela doença maníaca
Que na sujeira da carne alheia se satisfaz
Ainda que beijando o algoz
Pois o mau não importa, se o tal prazer lhe traz.
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